Capítulo Completo: A Ponte sobre o Dnipro
1. Uma Guerra de Décadas
Em 2022, a invasão russa da Ucrânia reacendeu feridas históricas, provocando destruição em larga escala e milhões de deslocados. A Crimeia, anexada pela Rússia em 2014, e as regiões de Donetsk e Luhansk, tomadas em 2022, tornaram-se o núcleo de uma disputa que não apenas dividia dois povos, mas também redesenhava o equilíbrio geopolítico global.
Ao longo dos anos, sanções econômicas, isolamento diplomático e sucessivas ondas de mobilização militar transformaram o conflito em uma ferida aberta na Europa.
No Kremlin, o presidente Alexei Voronov (sucessor de Putin) dizia ao Conselho de Segurança:
– “Não podemos sustentar guerra eterna. Precisamos garantir nossos interesses estratégicos sem perder o que resta de nossa economia.”
Em Kyiv, a presidente Olena Horbunova respondia ao Parlamento:
– “A dignidade e a soberania da Ucrânia são inegociáveis, mas não podemos condenar uma geração inteira a viver na trincheira.”
2. A Proposta de Viena
A virada começou quando a Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) apresentou a Proposta de Viena:
Crimeia – reconhecimento internacional da península como território autônomo sob soberania russa, mas com estatuto especial garantindo livre circulação de ucranianos, direitos linguísticos e acesso irrestrito ao Mar Negro para Kyiv.
Donbass – transformação das regiões ocupadas em uma zona administrativa autônoma dentro da Ucrânia, com controle conjunto de segurança por forças internacionais.
Retirada gradual de tropas e desminagem sob supervisão da ONU.
Plano de Reconstrução Dnipro, financiado por um consórcio internacional, para reconstruir infraestrutura e habitação em áreas devastadas.
3. Resistência Interna
Em Moscou, setores nacionalistas acusaram o governo de “vender” a vitória militar.
Em Kyiv, parte da população via qualquer concessão territorial como traição à memória dos mortos.
Para avançar, ambas as lideranças promoveram referendos nacionais, nos quais os cidadãos votaram sobre a aceitação do acordo. A participação foi massiva e, embora o “sim” tenha vencido por margens estreitas, o resultado deu legitimidade política ao processo.
4. O Tratado de Helsinque II
Em 2031, após um ano de negociações secretas na Finlândia, Voronov e Horbunova assinaram o Tratado de Helsinque II:
Crimeia – soberania russa reconhecida, mas com corredor econômico especial para uso ucraniano.
Donbass – reintegração à Ucrânia como território autônomo, com direito a eleições locais livres.
Neutralidade formal da Ucrânia, proibindo adesão a alianças militares, mas permitindo cooperação econômica plena com a União Europeia.
Troca de prisioneiros de guerra e retorno seguro de refugiados.
Mecanismo de Garantias Internacionais, com França, Alemanha, Turquia e China como fiadores do acordo.
Durante a assinatura, Voronov declarou:
– “A grandeza de um país não está em estender fronteiras pela força, mas em manter a paz que essas fronteiras guardam.”
Horbunova respondeu:
– “Hoje não celebramos vitória ou derrota. Celebramos o direito de viver sem sirenes e sem medo.”
5. O Dia Seguinte à Paz
Nos anos seguintes:
O comércio entre Rússia e Ucrânia voltou a crescer, especialmente no setor energético e agrícola.
O turismo retornou à Crimeia, agora aberta a visitantes de ambos os lados.
O Donbass tornou-se polo de reconstrução e investimento internacional.
O Tratado de Helsinque II não apagou cicatrizes, mas transformou um conflito que parecia insolúvel em um compromisso pragmático — e provou que, mesmo na Europa do século XXI, concessões dolorosas podem abrir portas para um futuro menos violento.
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