quinta-feira, 14 de agosto de 2025

Israel e Libano

Capítulo Completo: O Mar da Reconciliação

1. Duas Fronteiras, Dois Conflitos


Desde a retirada israelense do sul do Líbano em 2000, as disputas de fronteira terrestre permaneceram inflamadas, principalmente na Fazenda de Shebaa e em áreas adjacentes monitoradas pela UNIFIL.

No mar, a situação não era menos complexa: a descoberta de grandes campos de gás natural no Mediterrâneo Oriental — como Karish e Qana — acentuou divergências sobre a delimitação da zona econômica exclusiva (ZEE).


A ausência de relações diplomáticas, agravada por décadas de hostilidade e episódios militares, mantinha qualquer negociação como um exercício de paciência e risco.


2. A Janela de Oportunidade


Em 2032, dois fatores mudaram o panorama:


Crise energética global: elevou o valor estratégico do gás mediterrâneo, incentivando acordos regionais.


Mudança política no Líbano: um governo de unidade nacional buscava estabilização econômica e redução de tensões externas.


Israel, interessado em garantir rotas seguras para exportação de gás, e o Líbano, precisando desesperadamente de receitas energéticas, aceitaram abrir um canal de diálogo mediado pela Noruega e supervisionado pela ONU.


3. O Protocolo de Oslo-Marítimo


O plano norueguês previa:


Delimitação Marítima Definitiva – linhas fixadas com base em medições técnicas e precedentes internacionais, garantindo ao Líbano o controle sobre o campo de Qana e a Israel sobre Karish.


Exploração Conjunta de Recursos – um consórcio binacional operaria áreas transfronteiriças, com lucros divididos proporcionalmente.


Corredor de Paz Terrestre – criação de uma zona desmilitarizada monitorada por drones e equipes conjuntas da ONU para resolver incidentes de fronteira.


Fundo de Infraestrutura Energética – financiado com parte dos lucros do gás, para reconstrução de áreas do sul do Líbano e desenvolvimento de comunidades fronteiriças em Israel.


4. As Resistências


No Líbano: facções armadas acusaram o governo de “normalização disfarçada”.


Em Israel: partidos da oposição alertaram que “concessões podem ser vistas como fraqueza”.


Mas a crise econômica libanesa e o interesse de investidores internacionais acabaram inclinando a balança para a aprovação.


5. O Acordo do Mar da Reconciliação


Em 2034, o Acordo do Mar da Reconciliação foi assinado em Genebra, com a presença de autoridades israelenses e libanesas — um marco inédito desde a criação de ambos os Estados.


Principais resultados imediatos:


O início das perfurações conjuntas em áreas disputadas.


Redução drástica de incidentes militares na fronteira sul do Líbano.


Primeiras reuniões técnicas diretas entre delegações dos dois países em território neutro.


6. Energia que Ilumina


Cinco anos depois, o acordo gerou:


Receitas bilionárias para reconstrução e investimentos sociais no Líbano.


Expansão da rede elétrica e acordos de fornecimento de gás para a Jordânia e o Egito.


Um raro exemplo no Oriente Médio em que recursos naturais se tornaram motores de cooperação, e não de guerra.


Um analista libanês resumiu:


“O que antes era uma linha no mar transformou-se em uma ponte invisível — feita de gás, energia e um mínimo de confiança.”

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